Os sírios estão a regressar a casa. O que mudou?

SIC Explica-me

Os sírios estão a regressar a casa. O que mudou?

Um milhão de refugiados sírios regressou ao seu país desde a queda do regime do ex-Presidente da Síria Bashar al-Assad, no ano passado. Espera-se que este número aumente nos próximos meses porque ainda há mais de 4,5 milhões de refugiados sírios no estrangeiro. Mas qual a razão? O que mudou agora?

Como começou a guerra

A guerra na Síria começou em 2011. Muitas pessoas estavam cansadas do modo como o presidente Bashar al-Assad governava.

O regime dele era autoritário, ou seja, não deixava espaço para opiniões diferentes nem para a participação livre das pessoas nas decisões do país.

Quem o criticava era perseguido ou preso.

Inspirados pelos protestos que estavam a acontecer noutros países árabes, milhares de sírios saíram à rua para exigir mais liberdade e direitos.

A resposta do governo foi muito violenta e, a partir daí, o país mergulhou numa guerra civil.

Esse conflito prolongou-se durante quase 14 anos, provocou perto de meio milhão de mortes e obrigou metade da população a abandonar as suas casas.

Muitos sírios tornaram-se refugiados noutros países, como a Jordânia e o Líbano, ou ficaram deslocados dentro da própria Síria.

A queda de Assad

No final de 2024, grupos insurgentes conseguiram derrubar Bashar al-Assad. Foi um momento de grande esperança: as pessoas acreditavam que finalmente poderia haver paz.

O regresso a casa

Desde então, muitos refugiados começaram a regressar.

Alguns atravessam fronteiras a pé, outros esperam horas em filas de camiões.
O Líbano e a Turquia, que receberam um número muito elevado de sírios, estão a incentivar esse regresso.

No entanto, nem todos voltaram. Alguns refugiados têm medo, porque ainda existem zonas de conflito entre minorias étnicas e religiosas. Além disso, há regiões onde a vida continua difícil: faltam casas, trabalho e segurança.

O que se espera para o futuro

Apesar de tudo, ver tantas pessoas a voltar à Síria é considerado um sinal positivo.

Com a ajuda humanitária e a reconstrução, há esperança de que o país consiga recuperar, embora ainda existam muitos desafios pela frente.