Em apenas 40 anos, a Amazónia brasileira perdeu 52 milhões de hectares de floresta nativa. É como se tivéssemos apagado do mapa cinco a seis vezes Portugal!
O que está a acontecer
Nos últimos 40 anos, as áreas de floresta deram lugar sobretudo a pasto para gado e campos de agricultura:
As pastagens saltaram de 12 milhões de hectares em 1985 para 56 milhões em 2024 – quase a área inteira de Espanha.
A agricultura cresceu ainda mais: em quatro décadas. Passou de uma área do tamanho de Lisboa para quase o triplo do seu tamanho. Três em cada quatro campos cultivados são usados para plantar soja.
A extração de minérios, como ouro e ferro, também cresceu muito: passou de 26 mil hectares em 1985 para 444 mil hectares em 2024 - quase vinte vezes mais.
Porque devemos proteger a Amazónia
A Amazónia não é apenas uma floresta de um país distante. É uma floresta de todos nós. Funciona como um verdadeiro pulmão do planeta, que ajuda a equilibrar o clima. O seu sistema de rios e árvores envia humidade para a atmosfera e ajuda a espalhar chuvas até outras regiões.
Sem a Amazónia, o mundo ficaria mais quente, mais seco e com menos biodiversidade.
Se a perda continuar e chegarmos a 20% a 25% da floresta destruída, a Amazónia pode atingir um “ponto de não retorno”. Isso significa que deixaria de se regenerar sozinha, transformando-se em savana seca.
E já há sinais dessa mudança: rios e áreas alagadas estão a ficar mais secos, afetando animais, plantas e também o clima fora da Amazónia.
Esta floresta é única no mundo!
É casa de milhares de espécies que não existem em nenhum outro lugar, como o boto-cor-de-rosa, a onça-pintada e a vitória-régia, a maior flor aquática do mundo.
O rio Amazonas é tão imenso que poderia encher mais de 80 vezes a barragem de Alqueva por dia!
A diversidade de árvores, plantas medicinais e frutos é tão grande que muitas ainda nem foram descobertas pela ciência.
Uma imensa casa para comunidades e culturas únicas
A Amazónia é também casa de muitas comunidades indígenas que ali vivem há milhares de anos. Elas conhecem as plantas e os animais como ninguém, sabem usar frutos e ervas para se alimentar e cuidar da saúde, e têm histórias, músicas e tradições que passam de geração em geração.
Se a floresta continuar a desaparecer, essas comunidades vão perder as suas casas, as suas culturas e modos de vida, únicos no mundo.
Cada hectare perdido significa menos árvores, menos animais e menos equilíbrio para o planeta. Por isso, proteger a Amazónia é proteger a vida de todos nós.