O rock começou há muitos anos, nos Estados Unidos, numa altura em que as pessoas negras e brancas viviam separadas e não podiam partilhar muitas coisas, nem mesmo a música.
Mas alguns músicos começaram a misturar diferentes sons: o blues e o gospel, que eram tocados por pessoas negras, com o country e o folk, mais comuns entre pessoas brancas.
O rock nasceu desta mistura e trouxe algo novo que unia mundos diferentes. Ao juntar estilos de origens distintas, o rock ajudou a quebrar barreiras, aproximou comunidades e mostrou que a música podia vencer o preconceito.
Este estilo de música é tão importante que há um dia mundial só para ele: o 13 de julho. Nesse dia, em 1985, aconteceu um concerto chamado Live Aid. Foi um festival muito especial com dezenas de músicos e bandas famosas como David Bowie, Paul McCartney, Phil Collins, Queen ou os U2, para recolher dinheiro para combater a fome na Etiópia, um país africano.
A palavra rock vem da expressão inglesa rock and roll, que quer dizer “balançar e girar”. E é mesmo isso que esta música faz. Parece que nos obriga a acompanhar o ritmo e a balançar o corpo, mas também pensar e sentir.
Muitas canções de rock and roll falam de liberdade, de justiça e de sermos nós próprios, sem medo. Por isso, durante muitos anos, o rock foi a banda sonora de protestos, mudanças e sonhos.
Os primeiros grandes nomes do rock foram artistas como Chuck Berry, Little Richard, Jerry Lee Lewis, Johnny Cash e Elvis Presley, a quem chamaram o “rei do rock”.
Mas também houve mulheres incríveis que ajudaram a criar este estilo, como Sister Rosetta Tharpe, que tocava guitarra elétrica quando quase nenhuma mulher o fazia, e Memphis Minnie, uma das primeiras mulheres a escrever e tocar rock de forma profissional.
E o rock em Portugal?
Nos anos 80, o rock ganhou força em Portugal. Em 1980, Rui Veloso lançou Chico Fininho, uma canção em português sobre os tempos modernos, que o tornou o “pai do rock português”.
Surgiram também bandas como Grupo de Baile, Xutos & Pontapés, GNR, UHF e Heróis do Mar, provando que o rock podia ter sotaque português.
Com o passar do tempo, o rock foi-se transformando e, ao longo das décadas, inspirou muitos estilos diferentes.
Nos anos 60 e 70, surgiu o rock psicadélico, conhecido por usar efeitos sonoros e criar ambientes quase mágicos, como faziam os Pink Floyd.
Também nessa altura, ganhou força o rock sinfónico, que juntava instrumentos clássicos com guitarras elétricas e produzia músicas poderosas e cheias de emoção, como as das bandas Genesis, Electric Light Orchestra ou Led Zeppelin.
Já o chamado rock dos pântanos destacava-se pelo ritmo e voz inconfundível dos Creedence Clearwater Revival.
O rock vestiu-se de rebeldia
Quando o rock começou, nos anos 50, muitos músicos ainda apareciam aprumados, de calças direitas, camisas engomadas e casacos alinhados. Mas tudo começou a mudar nos anos 60 e 70.
A música ficou mais rebelde e a roupa também: começaram a aparecer calças de ganga rotas, casacos de cabedal e penteados bem mais ousados.
Muitos artistas inspiraram-se na cultura hippie, que falava de paz, liberdade e amor. A moda deixou de ser só para “ficar bonito” e passou a servir para mostrar ideias, contestar regras e marcar posições.
À medida que os anos foram passando, o rock evoluiu e inspirou novas formas de cantar e tocar: dele nasceram estilos como o punk, o metal, o grunge, o pop rock e muitos outros.
Cada estilo tem o seu som e o seu público, mas todos têm um pouco daquela faísca inicial e a essência do rock: muita energia na voz e nas guitarras.