Alguns peixes mudam de género para sobreviver

SIC Explica-me

Alguns peixes mudam de género para sobreviver

Sabias que alguns peixes conseguem mudar de género ao longo da vida? Isto significa que podem nascer e viver como fêmeas e, mais tarde, transformar-se em machos. Ou, noutros casos, o contrário. Mas há uma boa explicação!

No oceano, muitas espécies vivem em grupos. Por exemplo, nos peixes-palhaço (ainda te lembras do Nemo?), existe sempre uma fêmea líder. Se essa fêmea desaparecer, um dos machos transforma-se em fêmea para ocupar o seu lugar e garantir que o grupo possa continuar a crescer.

É uma forma inteligente de assegurar que há sempre peixes capazes de se reproduzir.

Um exemplo conhecido nos mares portugueses é a garoupa-verdadeira (Epinephelus marginatus), que pode transformar-se em macho.

Este processo ajuda a espécie a manter a população equilibrada e garante a existência de machos capazes de proteger territórios e de acasalar com as fêmeas.

Mas há mais! O Coris julis, mais conhecido por judia, é fêmea na primeira fase da sua vida e depois torna-se macho. Estas mudanças fazem com que as suas cores também se alterem ao longo da vida.

Os peixes não são os únicos com esta capacidade especial

Alguns outros animais também conseguem mudar de género ou têm formas diferentes de reprodução.

Muitas espécies de caracóis são hermafroditas, ou seja, têm órgãos reprodutores masculinos e femininos ao mesmo tempo. Isto facilita a reprodução e, por isso, ajuda a que existam muitos caracóis na natureza.

No caso de alguns anfíbios e répteis, é a temperatura do ambiente onde os ovos estão a ser incubados que pode influenciar o sexo das crias, como acontece com as tartarugas-marinhas. As temperaturas mais altas costumam gerar fêmeas.

A natureza está cheia de surpresas e de adaptações incríveis para ajudar cada espécie a sobreviver melhor. Mudar de género é apenas uma das estratégias que mostra como o mundo animal pode ser surpreendente.