Durante séculos, viviam quase só em casa, a cuidar da família e dos filhos. Eram consideradas frágeis e tinham de obedecer aos homens. Não podiam ser donas dos seus bens, nem decidir sobre os filhos ou ter acesso à educação.
No final do século XIX, quando começaram a trabalhar fora de casa, algumas mulheres passaram a ter algum dinheiro próprio e ganhar mais independência. Mas ainda não tinham direitos na sociedade ou na política. Por exemplo não podiam votar.
Mudança com a Grande Guerra
A Primeira Guerra Mundial trouxe grandes diferenças. Os homens foram para a frente de batalha e as mulheres ficaram a cuidar das famílias e a assumir os empregos que os homens deixaram. Muitas continuaram nesses trabalhos mesmo depois da guerra, o que ajudou a sociedade a perceber o valor das mulheres.
Em 1918, graças a mulheres como Emmeline Pankhurst, as inglesas com mais de 30 anos conquistaram finalmente o direito de votar, o que abriu caminho para muitas outras mudanças.
Em Portugal, a primeira mulher a votar foi a médica Carolina Beatriz Ângelo, nas eleições realizadas para a Assembleia Nacional Constituinte, em 1911. Mas apenas porque recorreu a tribunal e o juiz deu-lhe razão. O voto das mulheres só começou a ser introduzido 20 anos depois.

Com a guerra e a luta das feministas, as mulheres conquistaram mais direitos e liberdade no dia a dia. Passaram a poder ir a lugares de lazer, praticar desporto, viajar sozinhas e usar roupas mais práticas e confortáveis.
Mesmo assim, ainda hoje existem lugares onde os direitos das mulheres não são totalmente reconhecidos. E nos países ocidentais ainda há desafios, como a igualdade de salários, o acesso a certas profissões e a possibilidade de conciliar trabalho e maternidade.
Atualmente, há até dias especiais para lembrar estas conquistas e mostrar que ainda há direitos a reclamar.
O Dia Internacional da Mulher, celebrado a 8 de março, recorda a importância da emancipação feminina e das mudanças que abriram caminho para mais liberdade.
Já o Dia da Igualdade Feminina, que se comemora a 26 de agosto, lembra a conquista do direito ao voto e a necessidade de continuar a trabalhar para que mulheres e homens tenham as mesmas oportunidades.