Mas, quando Malala tinha cerca de 10 anos, o grupo extremista talibã passou a controlar a região e começou a impor regras muito rígidas, baseadas numa interpretação radical da religião.
As meninas deixaram de poder frequentar a escola e as mulheres eram obrigadas a andar completamente cobertas, porque os líderes talibã acreditavam que elas deviam ficar em casa e não precisavam de estudar.
Malala achava isso profundamente injusto. Com apenas 11 anos, começou a escrever um diário anónimo para a BBC, onde contava como era a vida sob o domínio talibã e o medo que sentia quando via escolas a serem destruídas.
Mesmo correndo perigo, continuou a falar em público sobre o direito das meninas à educação.
Em outubro de 2012, quando tinha 15 anos, Malala regressava da escola num autocarro com as colegas, quando um homem armado entrou no veículo e disparou contra ela.
A bala atingiu-lhe a cabeça e o pescoço, mas Malala sobreviveu graças ao socorro rápido e à transferência para um hospital do Reino Unido.
Depois de recuperar, Malala não desistiu.
Fundou o Fundo Malala, uma organização que ajuda meninas de vários países a estudar e a sonhar com um futuro melhor.
Em 2013 recebeu o Prémio Sakharov, do Parlamento Europeu, e em 2014 o Prémio Nobel da Paz.
Malala costuma dizer que “uma criança, um professor, um livro e uma caneta podem mudar o mundo.”
E ela mostrou que isso é verdade. Cada vez que alguém escolhe aprender, ensinar ou lutar pelo direito à educação, o mundo dá mais um passo em direção à liberdade.

