Malala Yousafzai, coragem para estudar e mudar o mundo

SIC Explica-me

Malala Yousafzai, coragem para estudar e mudar o mundo

No vale de Swat, no Paquistão, nasceu em 1997 uma menina que viria a desafiar o silêncio e o medo. Chama-se Malala Yousafzai. O seu pai, Ziauddin, dirigia uma escola feminina e acreditava que o conhecimento devia ser um direito de todos e não um privilégio reservado aos rapazes. Foi ele quem lhe transmitiu o amor pelo estudo e a coragem de defender aquilo em que acreditava.

Mas, quando Malala tinha cerca de 10 anos, o grupo extremista talibã passou a controlar a região e começou a impor regras muito rígidas, baseadas numa interpretação radical da religião.

As meninas deixaram de poder frequentar a escola e as mulheres eram obrigadas a andar completamente cobertas, porque os líderes talibã acreditavam que elas deviam ficar em casa e não precisavam de estudar.

Malala achava isso profundamente injusto. Com apenas 11 anos, começou a escrever um diário anónimo para a BBC, onde contava como era a vida sob o domínio talibã e o medo que sentia quando via escolas a serem destruídas.

Mesmo correndo perigo, continuou a falar em público sobre o direito das meninas à educação.

Em outubro de 2012, quando tinha 15 anos, Malala regressava da escola num autocarro com as colegas, quando um homem armado entrou no veículo e disparou contra ela.

A bala atingiu-lhe a cabeça e o pescoço, mas Malala sobreviveu graças ao socorro rápido e à transferência para um hospital do Reino Unido.

Depois de recuperar, Malala não desistiu.

Fundou o Fundo Malala, uma organização que ajuda meninas de vários países a estudar e a sonhar com um futuro melhor.
Em 2013 recebeu o Prémio Sakharov, do Parlamento Europeu, e em 2014 o Prémio Nobel da Paz.

Malala costuma dizer que “uma criança, um professor, um livro e uma caneta podem mudar o mundo.”

E ela mostrou que isso é verdade. Cada vez que alguém escolhe aprender, ensinar ou lutar pelo direito à educação, o mundo dá mais um passo em direção à liberdade.