O termo “caixa negra” ficou famoso por causa das primeiras versões desses gravadores, que eram de cor escura, e porque eram caixas que guardavam informações importantes e confidenciais sobre o voo. Com o tempo, mesmo depois de começarem a ser pintadas de laranja para facilitar a localização, o nome “caixa negra” continuou a ser usado, por hábito e reconhecimento mundial.
Como é composta a caixa negra?
Na realidade, é composta por dois aparelhos que trabalham em conjunto:
O Gravador de Dados de Voo, que regista informações como velocidade, altitude, direção e movimentos dos comandos. Ele consegue guardar cerca de 25 horas de dados, sempre regravando os mais antigos para manter as informações mais recentes.
O Gravador de Voz da Cabine, que capta tudo o que acontece na cabine do piloto: conversas, comunicações por rádio e ruídos do avião. Este gravador armazena as últimas 2 horas e, quando chega a esse limite, grava por cima das informações mais antigas, mantendo apenas o que aconteceu mais recentemente.
Estes aparelhos ficam localizados na cauda do avião, pois essa é uma parte que, em acidentes, costuma sofrer menos danos.
Para garantir que resistam às situações mais extremas, são construídos com materiais muito resistentes, capazes de suportar:
impactos com força 3 400 vezes maior que a força da gravidade, como se uma rocha muito pesada caísse do alto de uma montanha e batesse no chão com toda a sua força.
temperaturas superiores a 1 100 °C durante uma hora, tão quente como a lava de um vulcão.
pressão a mais de 6 000 metros de profundidade, tão fundo que nem a luz do sol consegue chegar lá e onde só os submarinos muito resistentes conseguem ir sem se partirem.
Além disso, se o avião cair no mar, cada caixa tem um dispositivo que emite um sinal sonoro, conhecido como “ping”, que pode ser detetado durante 30 dias, mesmo em profundidades superiores a 4 200 metros (imagina uma pilha de quase 14 Torres Eiffel!)
Tudo isto para quê?
Porque, em caso de acidente, as informações guardadas nessas caixas ajudam os investigadores a entender exatamente o que aconteceu. Assim, é possível corrigir erros e tornar os voos mais seguros para todos.
Nem todos os aviões têm caixa negra, mas a lei diz que todos os aviões que transportam passageiros ou carga em voos comerciais têm de ter essas caixas. Isso ajuda os investigadores a entenderem o que aconteceu caso haja um problema durante o voo.