Dez anos depois de ter sido adotada a Agenda 2030, só 35% das metas definidas estão no bom caminho, quase metade está a avançar muito lentamente e 18% pioraram.
"Estamos perante uma emergência de desenvolvimento", avisou o secretário-geral da ONU, António Guterres, na apresentação do relatório que é realizado todos os anos, na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque.
O que é a Agenda 2030?
A Agenda 2030 da ONU, também conhecida como Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, é um plano adotado por 193 países que pertencem à ONU em 2015.
Estabelece 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e 169 metas para serem alcançados até 2030, com o objetivo de promover um futuro mais justo, equitativo e sustentável para todos.
Em Portugal, a aplicação da Agenda 2030 é coordenada pelo Governo, com a participação de vários setores da sociedade.
A Agenda 2030 é um plano ambicioso e desafiador, mas representa uma oportunidade para transformar o mundo num lugar mais justo e sustentável para todos.
Embora milhões de vidas tenham melhorado nos últimos anos em saúde, educação, energia e conectividade digital, a mudança continua "a ser insuficiente" para atingir os Objetivos até 2030.
Ainda há esperança: é preciso agir com urgência
O relatório da ONU mostrou que os objetivos ainda podem ser alcançados, se a humanidade agir "com urgência, unidade e determinação inabalável".
Nem tudo foi mau até agora, o mundo conseguiu várias conquistas.
- Redução em quase 40% de novas infeções por HIV/Sida desde 2010
- Prevenção da malária evitou 2,2 mil milhões de casos e salvou 12,7 milhões de vidas desde 2000
- Proteção social chega a mais de metade da população mundial
- Desde 2015, mais 110 milhões de crianças entraram na escola
- O casamento infantil está a diminuir
- Mais raparigas têm acesso à educação
- As mulheres ganharam espaço nos parlamentos de todo o mundo
- 92% da população mundial tinha acesso à eletricidade em 2023
- A utilização da internet aumentou de 40% em 2015 para 68% em 2024
- Os esforços de conservação ambiental duplicaram
"Estes ganhos mostram que os investimentos em desenvolvimento e inclusão geram resultados. Mas sejamos claros: não estamos onde deveríamos estar", disse António Guterres.
Sem uma aceleração significativa dos esforços, 8,9% da população mundial ainda viverá em situação de pobreza extrema até 2030.
O relatório da ONU pediu ações em seis áreas prioritárias: sistemas alimentares, acesso à energia, transformação digital, educação, emprego e proteção social, e ações climáticas e de biodiversidade.